Arthur Fortunato Athos Pisoni Tiro esportivo

Athos Pisoni (à direita) e seu neto, o também atleta do tiro esportivo Arthur Fortunato (Crédito: Reprodução)

O tiro esportivo do Brasil perdeu uma de suas referências. No último dia 9 de fevereiro, morreu na cidade de Americana (SP) Athos Pisoni, aos 87 anos. Ele lutava desde 2021 contra um câncer. Pisoni brilhou no tiro por quase 60 anos, como atleta e também treinador.

Neste período, Pisoni alcançou um feito até hoje imbatível. Ele ganhou a medalha de ouro no skeet do Pan-Americano de 1975, na Cidade do México. Com essa vitória, ele alcançou um recorde que dura até hoje. Naquele dia, Pisoni venceu a prova acertando 199 pratos de 200 possíveis. Esta marca completará 50 anos em outubro deste ano.

Atleta versátil

“Meu avô sempre foi uma pessoa que amou muito esse esporte. Ele dedicou toda a sua vida para engrandecer o tiro esportivo. Foi um dos poucos atletas que tinha maestria tanto no skeet quanto na fossa olímpica. Ele ainda detém o recorde pan-americano de skeet”, disse Arthur Fortunato. Arthur também é atirador e faz parte da seleção brasileira de fossa olímpica.

Nascido na cidade de Sumaré (SP) em 1937, Athos Pisoni entrou no tiro esportivo quase que por acaso. Segundo o livro “Atletas Olímpicos Brasileiros”, da professora Kátia Rúbio, ele começou a praticar a modalidade aos 28 anos. Foi incentivado por amigos, que o desafiaram a acertar pratos lançados no ar.

Athos Pisoni
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Athos Pisoni em ação, quando competia pela seleção brasileira (Crédito: reprodução)

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Na seleção brasileira, acumulou conquistas. Além do ouro e recorde individual no skeet no Pan de 1975, Pisoni obteve a prata por equipe na mesma prova. Ainda na mesma competição, garantiu o bronze por equipe na fossa olímpica. Foi também de Pisoni o ouro no skeet do primeiro Campeonato das Américas, realizado em 1973, no México. Ele ainda faturou duas pratas do skeet nos sul-americanos de 1976 e 78. Por fim, Athos Pisoni também foi atleta olímpico. Ele foi aos Jogos de Montreal-1976 e terminou na 22ª colocação na prova do skeet.

Sempre no esporte

Mesmo após a aposentadoria como atleta, Pisoni seguiu ligado ao tiro esportivo. Durante anos esteve à frente como técnico da seleção. Nas Olimpíadas de Atlanta-1996, ele comandou Jean Labatut, 20º colocado na fossa olímpica. Foi também o treinador da equipe do tiro ao prato dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999. Lá ele festejou a medalha de bronze na fossa dublê individual, com Luiz Carlos Graça.

Athos Pisoni também foi treinador do neto, Arthur Fortunato, com quem começou a trabahar em 2017. “Meu avô, enquanto sua saúde permitiu, nunca perdeu um tiro meu. Foi um técnico excepcional e uma pessoa incrível. Ele está deixando um buraco imenso em nossos corações. O tiro esportivo brasileiro perdeu um verdadeiro ícone”, diz Fortunato.

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