Bia Souza venceu a israelense Raz Hershko e conquista a medalha de ouro na categoria +78kg, nos Jogos Paris-2024 (Crédito: Alexandre Loureiro/COB)
O judô foi criado em 1882 pelo japonês Jigoro Kano, um professor de educação física de 23 anos. Ao desenvolver esta arte marcial, ele pretendia fortalecer o físico, a mente e o espírito. Além disso, tinha como objetivo aprimorar técnicas de defesa pessoal. No mesmo ano, Kano fundou o Instituto Kodokan, em Tóquio. Essa instituição foi responsável pela difusão e pelo desenvolvimento do judô no Japão. Posteriormente, tornou-se importante no mundo.
Expansão do Judô pelo Mundo
A modalidade rapidamente se popularizou no Japão por unir técnicas do jiu-jitsu com elementos de outras artes marciais orientais. No final do século XIX, o judô foi adotado pela polícia japonesa como parte do treinamento oficial.
O primeiro registro da prática de judô fora da Ásia ocorreu em 1918. Isso aconteceu com a criação do clube Budokwai em Londres (ING). Esse marco foi fundamental para a expansão da modalidade no Ocidente.
O judô no Brasil
No Brasil, os primeiros registros de exibições de judô datam de 1918. Isso ocorreu apenas dez anos após a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao país. No entanto, a história oficial da modalidade começou a ser escrita em 1922. Eisei Maeda, conhecido como Conde Koma, realizou a primeira demonstração de judô em Porto Alegre. Em seguida, ele fez apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo, ao lado de outros mestres.
A consolidação do judô no Brasil começou a partir de 1938. Nesta época, chegou uma nova leva de imigrantes japoneses liderados pelo professor Riuzo Ogawa. Ogawa era mestre em jiu-jitsu. Ele fundou a Academia Ogawa, em São Paulo, onde ajudou a popularizar o judô. Ele fez isso com algumas diferenças em relação ao estilo Kodokan.
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A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) foi fundada em 18 de março de 1969. Ela foi reconhecida oficialmente pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1972. Desde então, o Brasil se tornou uma das potências do judô mundial, acumulando diversas medalhas olímpicas e títulos mundiais.
O judô nos Jogos Olímpicos
Jigoro Kano, criador e grande mestre do judô, trabalhou para incluir a modalidade no programa olímpico desde os anos 1930. No entanto, sua morte em 1938 e a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) adiaram esse sonho por décadas.
A Federação Internacional de Judô (IJF) foi fundada em 1951. Isso ajudou a pavimentar o caminho para a inclusão do esporte nos Jogos Olímpicos. Em 1960, o COI reconheceu oficialmente a IJF e incluiu o judô no programa olímpico.
A estreia do judô nas Olimpíadas ocorreu em Tóquio 1964, com apenas quatro categorias masculinas. Em Cidade do México 1968, a modalidade ficou fora do programa. Ela retornou definitivamente em Munique 1972, com seis categorias de peso.
A participação feminina só foi oficializada nos Jogos de Barcelona 1992. Atualmente, tanto no masculino quanto no feminino, são disputadas sete categorias de peso em cada gênero.

O Japão lidera o quadro de medalhas olímpicas. O total é de 104 medalhas. São 51 de ouro, 23 de prata e 30 de bronze. É seguido por França (67) e Coreia do Sul (51). O Brasil também se destaca no cenário olímpico. A modalidade é uma das que mais medalhas deu ao país nos Jogos. O total é de 28 medalhas. São cinco de ouro, quatro de prata e 19 de bronze.
Estes são os cinco brasileiros campeões olímpicos no judô:
- Aurélio Miguel (Seul-1988)
- Rogério Sampaio (Barcelona-1992
- Sarah Menezes (Londres-2012)
- Rafaela Silva (Rio-2016)
- Beatriz Souza (Paris-2024)


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