Olimpíada de Moscou-1980, boicotada pelos Estados Unidos

Abertura da Olimpíada de 1980, em Moscou, que foi boicotada pelos EUA e seus aliados (Reprodução/COI)

** Post publicado originalmente em 13/04/2020

Boa parte (diria a maioria absoluta) do público não se dará conta, menos quem goste de efemérides. Mas este sábado (12) é uma data significativa na história do esporte. Há exatos 45 anos, era sacramentado o boicote dos Estados Unidos às Olimpíadas de Moscou-1980.

A partir daquele dia, os Jogos Olímpicos nunca mais seriam os mesmos.

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Foi num 12 de abril de 1980 que o USOC (Comitê Olímpico dos Estados Unidos) tomou uma decisão histórica. A entidade acatou a determinação do então presidente Jimmy Carter. Como o blog já relembrou, em 20 de janeiro daquele ano, Carter concedeu uma entrevista à rede de televisão NBC. Nessa ocasião, ele falou pela primeira vez sobre não apoiar o envio de uma equipe americana aos Jogos de Moscou, em julho.

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O gesto representaria uma forma de protesto dos americanos à invasão da então União Soviética ao Afeganistão.

Jornal Daily News repercute boicote dos EUA à Olimpíada de Moscou

Capa do jornal Daily News, repercutindo a entrevista do então presidente americano Jimmy Carter, falando do possível boicote à Olimpíada de Moscou-1980 (Crédito: Reprodução)

Boicote entre aliados

A intenção de pressionar um recuo soviético fracassou. Então, em 12 de abril, o comitê americano avisou que atenderia ao pedido de Carter. Assim, a delegação americana não iria a Moscou. Além dos Estados Unidos, 61 outros países também aderiram. Alinhados à política externa americana, eles participaram do primeiro boicote em massa em um evento esportivo.

Obviamente que o gesto encampanado pelos Estados Unidos não teve qualquer efeito prático na invasão ao Afeganistão. Mas abalou claramente o aspecto esportivo daquela Olimpíada e mudou completamente os rumos do movimento olímpico. Quatro anos depois, foi a vez dos soviéticos e de mais 16 aliados não irem aos Jogos de Los Angeles-1984.

Fim do espírito olímpico

Nunca os Jogos Olímpicos estiveram tão ameaçados de acabar. Sem força e prestígio, o COI (Comitê Olímpico Internacional) encontrou na iniciativa privada uma forma de tornarem a Olimpíada sustentável. Aquele “espírito olímpico” que o Barão de Coubertin se inspirou para recriar os Jogos em Atenas-1896 são só uma lembrança.

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A demora dos organizadores para anunciarem o adiamento da Olimpíada de Tóquio para 2021, pela pandemia do coronavírus, comprovam isso. O “show deve continuar” é o lema que rege atualmente o movimento olímpico.

Este é o maior legado do nefasto e burro boicote comandado por Jimmy Carter em 1980.

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VOCÊ SABIA?

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