Kirsty Coventry, do Zimbabwe, tornou-se a prmeira mulher a ser eleita para comandar o COI (Divulgação/COI)
O mundo olímpico ainda está repercutindo a histórica vitória de Kirsty Coventry na eleição para comandar o COI (Comitê Olímpico Internacional). Na última quinta-feira (20), a ex-nadadora e campeã olímpica do Zimbabwe venceu a disputa de forma avassaladora. Ela ganhou ainda no primeiro turno do pleito, durante a 144ª Sessão do COI. Foram 49 votos, a quantidade necessária para fechar a disputa.
Logo em seu primeiro discurso, Coventry deu o tom do que pode ser seu mandato frente à entidade que comanda o esporte olímpico. Africana, a primeira mulher à frente do COI em mais de 130 anos de história acredita que poderá servir de inspiração. “Estou orgulhosa de ser a primeira mulher presidente do COI e a primeira da África. Tetos de vidro foram quebrados hoje e estou ciente das minhas responsabilidades como modelo”, afirmou.
Como foi a eleição
- Kirsty Coventry foi eleita a nova presidente do COI durante a 144ª Sessão em Costa Navarino, na Grécia. Logo na primeira rodada, ela conseguiu a quantidade necessária de votos para assegurar a vitória (49, dos 97 válidos).
- A zimbabweana superou outros seis candidatos com folga. Foram eles: Juan Antonio Samaranch (28); Sebastian Coe (8); David Lappartient (4); Morinari Watanabe (4); Príncipe Feisal Al Hussein (2); Johan Eliaschn (2).
- Coventry, será a 10ª presidente do COI em quase 131 anos de história. Ela tomará posse oficialmente no dia 23 de junho no lugar de Thomas Bach, para um mandato de oito anos. O alemão comandava o COI desde 2013.
Sustentabilidade e inovação
- A principal expectativa que cerca a futura gestão de Coventry será se ela dará sequência ao estilo adotado por Thomas Bach. As primeiras declarações apontam que ela seguirá os princípios da Agenda 2020.
- Um destes pontos seria o de manter o atual processo de candidaturas olímpicas. Ao contrário do que era feito, as sedes são praticamente definidas dentro do Comitê Executivo, após um processo mais simples de avaliação das candidaturas
- A bicampeã olímpica de natação enfatizou a necessidade de os Jogos Olímpicos serem cada vez mais sustentáveis e acessíveis. Para isso, ela defende a redução de carbono dos eventos olímpicos, incluindo o uso de tecnologias verdes.
Leia também:
- Doping na Rússia: 12 banimentos encerram fraude no atletismo
- Boxe olímpico vive seu ‘Dia da Marmota’ com nova crise à vista
- Como a “guerra dos vistos” de Trump ameaça os Jogos de LA-2028
- Há 45 anos, EUA confirmavam boicote à Olimpíada de Moscou
- Entenda por que a meca do vôlei de praia está fora dos Jogos LA-2028

Um olhar para a Rússia
- Kirsty Coventry terá como um de seus primeiros desafios lidar com a questão do banimento da Rússia dos eventos olímpicos. Em 2022, após o início da Guerra da Ucrânia, o COI baniu atletas e equipes russas de suas competições. Além disso, incentivou que as federações internacionais fizessem o mesmo.
- A nova presidente do COI diz que seu foco será reintegrar a Rússia ao movimento olímpico. “Nosso dever é garantir que todos os atletas possam participar dos Jogos. Vamos desenvolver diretrizes para navegar nesses períodos de conflito”, disse Coventry.
- Logo após o resultado da eleição, o presidente russo Vladimir Putin saudou a vitória da nova presidente do COI. O ministro de esportes russo, Mikhail Degtyarev, reforçou que seu país estava na expectativa de uma possível reintegração.
Pontos de atenção
- A futura gestão de Kirsty Coventry também terá pontos que vão merecer um olhar mais atento. O Sports & Rights Alliance, uma organização que promove os direitos humanos e o bem-estar das pessoas afetadas pelo esporte, fez uma pesquisa com os setes candidatos. As (não) respostas da nova presidente do COI foram preocupantes.
- Coventry não respondeu a nenhum dos tópicos apresentados. Eles perguntaram o posicionamento de cada candidato sobre direitos humanos e direitos LGBTQIA+. Também abordaram a maior participação dos atletas na governança e proteção aos atletas. Outras questões incluíram direitos trabalhistas e a visão de cada candidato sobre direitos humanos e boa governança.
- Verdade que a maioria dos candidatos passou em branco na pesquisa da Sports & Rights Alliance. Mas o silêncio da nova presidente do COI não deixa de ser preocupante, especialmente para quem chega com tanta expectativa, até pelo simbolismo.


Deixe um comentário