Canioagem velocidade Isaquias Queiroz Paris-2024

O brasileiro Isaquias Queiroz compete para ganhar a medalha de prata na prova da C-1 1000 m (Crédito: Alexandre Loureiro/COB)

Antes de se tornar uma das modalidades mais emocionantes das Olimpíadas, a canoagem velocidade já fazia parte da história da humanidade. Utilizada há mais de 5.000 anos, a canoa era um meio de transporte para caça e pesca. Regiões como Alasca, Sibéria e Groenlândia testemunharam seu uso.

Ao longo do tempo, a canoa evoluiu de uma ferramenta de sobrevivência para um esporte de alta performance. Hoje, a modalidade combina tradição e velocidade, reunindo atletas de elite em disputas intensas por medalhas olímpicas e reconhecimento mundial.

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No entanto, foi somente em meados do século XIX que a canoagem começou a se estruturar como esporte. Em 1840, o escocês John McGregor construiu a canoa “Rob Roy”, considerada a precursora do caiaque moderno. A fundação do Royal Canoe Club em 1866, nos arredores de Londres, e posteriormente do New York Canoe Club em 1871, foram marcos importantes para a difusão do esporte. Por volta de 1890, a canoagem já era amplamente praticada na Europa.

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Em 1924, a Representação Internacional de Esportes de Canoa (IRK) foi fundada em Copenhague. A canoagem foi incluída como esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de Paris-1924 naquele ano. Esse fato foi outro passo crucial para a popularização da modalidade. Posteriormente, em 1946, a entidade passou a se chamar Federação Internacional de Canoagem (ICF).

Na canoagem velocidade, os competidores competem entre si em um percurso de águas calmas em distâncias entre 200 e 1.000 metros.

As provas são disputadas por dois tipos de barcos: canoas e caiaques, que são diferenciados pelas letras (C ou K). O número na sequência identifica o número de atletas nas embarcações – uma, duas ou quatro pessoas.

As canoas, identificadas pela letra C, são barcos abertos. Os competidores se apóiam sobre um dos joelhos. Eles usam remos que têm apenas uma pá. Identificados pela letra K (do inglês “kaiak”), os caiaques possuem um espaço para que os competidores fiquem sentados. Eles remam utilizando um remo com duas pás. As pás tocam a água de forma alternada, uma em cada extremidade do remo.

A canoagem velocidade no Brasil

No Brasil, a canoagem velocidade foi introduzida em 1943 na cidade de Estrela (RS) por José Wingen. Ele construiu o primeiro caiaque no país inspirado em modelos de sua infância na Alemanha. Entretanto, foi no final da década de 1970 que o esporte ganhou maior impulso. Naquele ano, Leandro Ávila trouxe da Europa um caiaque de fibra de vidro e ajudou na construção de mais de 200 barcos.

A fundação da Associação de Canoagem Carioca, em 1980, marcou a criação da primeira entidade oficial do esporte no Brasil. Em 1984, a Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) sediou a primeira competição oficial da modalidade. A Associação Brasileira de Canoagem surgiu em 1985 e, quatro anos depois, transformou-se na Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa).

História Olímpica

A estreia da canoagem velocidade nos Jogos Olímpicos ocorreu como esporte de demonstração em Paris-1924. A inclusão oficial no programa olímpico deu-se nos Jogos de Berlim-1936, com nove provas exclusivamente masculinas. As mulheres começaram a competir na modalidade apenas nos Jogos de Londres-1948, com a prova do K1 500 m. Novas provas femininas foram sendo adicionadas ao longo dos anos, visando à igualdade de gênero no esporte.

Largada para uma das provas de canoagem velocidade nas Olimpíadas de Berlim-1936 (Crédito: Divulgação/ICF)

Nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a canoagem velocidade passou por mudanças significativas no programa de provas. As categorias C-2 e K-2 1000 metros masculinas foram substituídas por provas de 500 metros. Esta mudança alinha-se às distâncias das provas femininas.

Maiores medalhistas da canoagem velocidade olímpica

Masculino

Feminino

  • Birgit Fischer (Alemanha Oriental/Alemanha): 8 ouros e 4 pratas entre Moscou-1980 e Atenas-2004
  • Lisa Carrington (Nova Zelândia): 8 ouros e 1 bronze, entre Londres-2012 e Paris-2024
  • Danuta Kozák (Hungria): 6 ouros, 1 prata e 1 bronze, entre Pequim-2008 e Tóquio-2020
  • Katalin Kovács (Hungria): 3 ouros e 5 pratas entre Sydney-2000 e Londres-2012
  • Agneta Anderson (Suécia): 3 ouros, 2 pratas e 2 bronzes entre Los Angeles-1984 e Atlanta-1996

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