Cartaz de divulgação do filme “Setembro 5”, que concorre ao Oscar de melhor roteiro original em 2025 (Crédito: Divulgação)
A maior tragédia das Olimpíadas tem uma boa chance de entrar na história do Oscar. Na cerimônia do próximo dia 2 de março, “Setembro 5” pode levar a estatueta de roteiro original. A obra do diretor Tim Fehlbaum relembra, de forma brilhante, o massacre de Munique-1972.
Na madrugada de 5 de setembro de 1972, terroristas palestinos do grupo “Setembro Negro” invadiram a Vila Olímpica. O alvo: o prédio onde estava hospedada a delegação de Israel. Um sequestro mal-sucedido e uma tentativa de resgate igualmente atrapalhada resultaram na morte de 11 isrealenses. Cinco terroristas e um policial alemão também morreram.
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Atualmente, em qualquer megaevento esportivo, a questão de segurança é tratada com prioridade absoluta. Algo bem diferente nos Jogos de Munique. Havia um clima mais relaxado, até para incentivar a confraternização entre os atletas, seguindo as tradições olímpicas. Além disso, a Alemanha queria passar ao mundo uma imagem bem diferente da deixada na 2ª Guerra Mundial. “Não queremos que nos vejam armados ao lado de cercas novamente”, diziam os organizadores.

Horas de angústia
A invasão no prédio de Israel deixou de cara dois atletas mortos. Os nove reféns ficaram sob a mira das metralhadoras dos terroristas durante todo aquele 5 de setembro, uma terça-feira. O governo israelense negou-se a negociar com os integrantes do grupo palestino e os policiais alemães tentavam ganhar tempo.
Após horas de muita angústia, os terroristas partiram para base aérea de Furtenfeldbruck, próxima a Munique. Ali, atiradores aguardavam para tentar neutralizar o grupo e libertar os reféns. Mas a tentativa de resgate foi um desastre completo. Após um longo tiroteio, que durou 45 minutos, os nove israelenses foram mortos. Esta tragédia manchou a história daqueles Jogos e provocou mudanças em todos os procedimentos de segurança dali em diante.

Mudança de paradigma
A tragédia de Munique-1972 também mudou a forma como a imprensa esportiva passou a cobrir grandes competições. É sobre isso o ponto principal de “Setembro 5”. “Este dia mudou a mídia para sempre. Foi a primeira transmissão global ao vivo de um evento como esse”, diz John Magaro, um dos protagnistas do filme.
“Muitas pessoas estão familiarizadas com os acontecimentos de 5 de setembro de 1972. No entanto, todas as histórias que surgiram, sejam documentários, especiais de televisão ou filmes, cobriram uma história muito mais ampla. Ninguém focou, como um microscópio, na cobertura jornalística daquele dia”, completou.
O filme narra os eventos em um ritmo frenético. Tudo sob o ponto de vista da equipe de esportes da rede americana ABC. Por causa do ataque dos terroristas aos atletas de Israel, eles deixaram de cobrir os Jogos Olímpicos. Passaram a acompanhar, a apenas 100 metros de distância do estúdio, os fatos que mudaram o paradigma da cobertura esportiva.
Principais personagens:
- Produtor Geoffrey Mason (John Magaro)
- Executivo da ABC Roone Arledge (Peter Sarsgaard)
- Editor veterano Marvin Bader (Ben Chaplin)
- Tradutora alemã Marianne Gebhardt (Leonie Benesch)


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